Canção da alegria
Urupemba
urupemba
mandioca aipim!
peneirar
peneirou
que restou no fim?
Peneira massa peneira,
peneira peneiradinha,
(Ai! vida tão peneirada)
peneira nossa farinha.
Olhe o rombo
olhe o rombo
olhe o rombo arrombou!
olhe o cisco
olhe o risco
urupemba furou!
Eh! Sai espantalho
da ponta do galho!
da ponta do galho!
Escorra! Escorra!
Tirai essa borra!
Urupemba
urupemba
mandioca aipim!
peneirar
peneirou
que restou no fim?
Farinha fininha
peneiradinha!
nuinha! nuinha!
Jacinta Passos
(Escrito em 1944 e publicado em 1945, no livro "Canção da Partida", este é um dos poemas mais alegres de Jacinta, e também um dos mais citados pelos críticos. A partir de uma atividade então corriqueira entre as mulheres do Recôncavo baiano - peneirar a farinha de mandioca -, Jacinta constrói no poema uma metáfora da sua vida.)